Que a profissão docente passa por um momento delicado
é algo reconhecido não apenas por quem faz da sala de aula o seu
dia a dia, mas também pelos estudiosos que se debruçam sobre o assunto.
Philippe Perrenoud, referência na sociologia da Educação, costuma
afirmar que nunca foi tão difícil ser professor.
Isso porque a escola passa por dois movimentos de
mudança - ambos externos aos seus muros. Por um lado, cobra-se cada vez
mais tarefas da instituição: ensino dos conteúdos regulares, temas
transversais, cidadania, ética, educação sexual e por aí vai. De
outro, afirma o especialista, "as condições de exercício da
profissão estão cada vez mais difíceis".
Entre essas dificuldades, a indisciplina lidera a
lista de queixas. Pesquisa realizada por NOVA ESCOLA e Ibope em 2007
com 500 professores de todo o país revelou que 69% deles apontavam
a indisciplina e a falta de atenção entre os principais problemas
da sala de aula. Só quem sente na pele a questão no cotidiano tem a
real dimensão de como o problema é desgastante, levando ao desestímulo
com a profissão e, muitas vezes, até ao abandono.
Mas, calma. Respire. É possível, sim, virar
esse jogo. Quer conseguir uma turma atenta e motivada? Sim, é
possível. Na maioria das vezes, trata-se de um trabalho de longo prazo,
com avanços e recuos e rediscussões permanentes, em que o trabalho
em equipe é essencial. Não há receita mágica, mas muitos caminhos
para chegar lá.
Desde sua criação, NOVA ESCOLA ajuda você a lidar
com a indisciplina. Nas páginas da revista, você encontra todo mês
as reflexões de Telma Vinha, professora da Unicamp, que responde a dúvidas
(reais!) sobre comportamento.
Esta reportagem especial pode servir como porta de
entrada para o assunto. Nela, fazemos um convite: é hora de rever sua
ideia de indisciplina e o que há por trás dela. A proposta de reflexão é
a seguinte: Será que existe algo que você
pode transformar em sua prática pedagógica para diminuir o problema?
Para que você avance nessa reflexão, é
preciso entender que a indisciplina é a transgressão de dois
tipos de regra.
1- O primeiro tipo são as regras
morais, construídas socialmente com base em princípios
que visam o bem comum, ou seja, em princípios éticos. Por exemplo,
não xingar e não bater. Sobre essas, não há discussão: elas valem
para todas as escolas e em qualquer situação.
2- O segundo tipo são as chamadas
regras convencionais, definidas por um grupo com objetivos específicos.
Aqui entram as que tratam do uso do celular e da conversa em sala de
aula, por exemplo. Nesse caso, a questão não pode ser fechada. Ela
varia de escola para escola ou ainda dentro de uma mesma instituição,
conforme o momento. Afinal, o diálogo durante a aula pode não ser
considerado indisciplina se ele se referir ao conteúdo tratado no momento,
certo?
É na distinção entre moralidade e convenção
que podemos começar a trilhar um caminho promissor. Na prática, separar
uma coisa da outra não é fácil. Frequentemente, mistura-se tudo em
extensos regimentos que pouco colaboram para manter o bom funcionamento
da instituição e o clima necessário à aprendizagem em sala de aula.
"A situação piora ainda mais se essas convenções
se baseiam em permissões, proibições e castigos sem nenhum tipo de
negociação", explica Ana Aragão, da Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os cartuns do adorável
Calvin, criação do norte-americano Bill Waterson, exploram com maestria
essa constante.
Mas, e na vida real? Existe algum jeito de driblar
essas situações que só tem graça no papel? Sim, e seu papel
é fundamental. É o que discutimos na continuação deste
texto.
CONHECIMENTO É AUTORIDADE
O que se espera da escola é conhecimento. É isso que faz
o aluno respeitar o ambiente à sua volta. Se não, a tendência
é ele procurar algo mais interessante para fazer. Universal Press
Syndicate
Reportagem tirada da página: http://revistaescola.abril. com.br/gestao-escolar/diretor/ indisciplina-503228.shtml
Aluna Isabel Nogueira Rubin
É importante que o professor reveja sua prática pedagógica a fim de contribuir para que a escola se torne um ambiente prazeroso para o aluno. Entretanto, cabe salientar que a indisciplina escolar é influenciada, sobretudo, pelos problemas familiares que os alunos enfrentam. Muitos pais não educam seus filhos, delegando essa responsabilidade à escola.
ResponderExcluirTodavia, os pais precisam se conscientizar de que são responsáveis pela educação dos filhos e que a escola deve ser parceira deles nessa tarefa.
Comentado pela aluna Priscila Pires Diniz dos Santos.
Matrícula: 20082208119